Resenhas

Espaço para a publicação das resenhas escritas sobre o livro Pensar em Pensar:


Resenha de Vinícius Pimenta Silva escrita para o blog literário Literatortura,
Segue um trecho da resenha:

"Pensar em pensar é uma leitura muito interessante, para não dizer obrigatória, por ter aquilo que a poesia atual esqueceu ou por algum motivo particular se abstém; inocência... O eu-lírico passa a ideia de ingenuidade ante ao descobrimento de cada novo aspecto da existência."

Confiram a resenha na íntegra em:




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Resenha de Laura Santucci:



"É difícil encontrar um escritor que saiba rimar sentidos com palavras, poetizar o mundo sem que saia forçado. Nesta obra, contanto, isso é feito de uma forma tão natural que parece que todo o mundo foi criado para ser verso, e em cada linha parece que uma pequena bolha de vida explode dentro do leitor. 
As obras da mente se desenham em versos, linhas e palavras e tão tocantes que parecem sair de quem lê, acalentam a voz de quem se perde em sua leitura, enquanto montanhas choram cachoeiras e pássaros trazem a música. Os significados são tão nossos e tão inéditos que nos perdemos nessa sensação de estranha familiaridade com versos desconhecidos, até nos parágrafos de pura melodia.
Difícil ler e não sentir."
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Resenha de Vitor Ribeiro:


Victor Canti, ao me convidar a resenhar sua primeira obra, me convidou também a descobrir outra realidade, tanto poética quando literal, em suas percepções possíveis. Pensar em Pensar é, acima de tudo, o dilema de um ser em busca de um fundo para sua existência, um fundo que compreenda as questões, tão inquietantes quanto perenes, que vão do sentido de viver ao seu porquê.


As dúvidas de um homem quanto à sua posição perante o universo são inerentes à própria consciência humana e, por isso, são vistas desde a antiga Grécia, sendo eminentes as figuras dos pré-socráticos. No entanto, hoje, onde o óbvio soa como simplório e, portanto, é mal visto, a dificuldade de articular uma obra com a premissa de Pensar em Pensar é notória. Apesar disso, Canti consegue dialogar com os tempos atuais por ser um conteudista, indo da física quântica ao existencialismo no espaço de um poema.


Canti se posiciona de duas formas distintas em seu encarar do universo, uma delas é com o uso de conhecimentos de diversos campos da ciência aliados a posições fundadas em argumentos filosóficos (Ocasião, A Viagem); a outra, com a ingenuidade típica de um Manoel de Barros, mas elevada, por vezes, a um macrocosmo (principalmente nos haicais): ambas as formas conseguem êxito em suas pretensões, lidando com questões extremamente abstratas.


Talvez, nosso tempo peça mais urgentemente uma forma de ligar as pessoas à sua realidade-em-si, sem entrar em méritos como “produto” e determinismos parcos. Canti, ciente de tal demanda, nos apresenta, em seu Pensar em Pensar, poemas como O Grande Ditador e Acreditar. O primeiro, assim como em filme homônimo, apresenta toda a faceta dos conflitos que permeiam nosso tempo, já o segundo apresenta uma ode à idiossincrasia, a tudo que está implícito no viver e em seu tempo, detalhes que culminam em um todo: a existência. O ponto em comum quando o autor lida com um meio social é nítido: otimismo, sendo o homem simples a solução para seus próprios problemas complexos.


As escolhas métricas do autor são notáveis e dignas de destaque: fogem do lugar-comum. Há jogos de desconstruções e reconstruções de palavras e pontuação (Vida Tida, Universo), poemas em prosa, prosas em poema e haicais. Tais escolhas demonstram uma vontade de expressão que transcende a mera logopeia, é realmente aptidão à poesia e familiaridade com as possibilidades nos meandros líricos. Destas escolhas, destacaria os haicais, uma quebra de ritmo pontual e necessária para a densidade da maioria dos poemas de Pensar em Pensar.


Longe de ser um consenso, as escolhas gráficas do livro de Canti podem gerar diversas discussões sobre seu significado. Alguns podem questioná-las por serem mais puristas em relação à poesia e sua diagramação. A outros, porém, este pode ser um dos destaques do livro, denotando originalidade e atrevimento dignos de um terceiro milênio. A mim, um meio termo: creio que o livro poderia ter um padrão de fonte para poemas de forma convencional e inovar quando diz respeito a obras mais “concretistas” como Vida Tida e os haicais. De qualquer forma, sabendo de toda a dificuldade que autores iniciantes têm com aspectos técnicos (naturalmente), Canti se saiu brilhantemente neste inovar, se analisarmos o livro já acabado.


A obra de Canti tem um último aspecto a ser destacado: a solidez de seu argumento. Tal fator denota que a escolha dos poemas envolvidos na construção do livro não foi mero acaso, mas fruto de um trabalho tão  minucioso quanto o processo de escrita. Deste trabalho, no entanto, talvez destoem somente dois ou três textos, principalmente, Meu Vinho Tinto, um poema haicai que pode ser classificado como provincianista e que poderia ser retirado do livro sem grandes perdas.


No geral, Pensar em Pensar é uma obra necessária e sólida, afinal, tem uma temática raramente abordada por autores brasileiros (pelo menos, na forma como o autor a aborda). Com uma logopeia farta como raras vezes se viu, a poesia ganha ares de ciência, de alquimia e de filosofia, continuando, acima de tudo, poesia, pungente e adequada ao mundo em que vivemos. Pensar em Pensar, ao lidar com dúvidas, consegue fomentá-las em seus leitores, certamente como Victor Canti pretendia ao escrevê-lo, e atinge assim seu objetivo: o âmago da poesia é a dúvida e o homem tem “necessidade do desconhecido”, principalmente em um tempo onde todas as respostas já parecem ter sido dadas por alguém.




Pensar em Pensar

Ps. se você se interessar em produzir uma resenha sobre Pensar em Pensar, eu a publico nesta página e coloco o link de seu site/blog. É só me enviar a resenha através do email victorcanti@gmail.com

Boa leitura!

Victor Canti

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